Dia 3 – Parte 2

Eu não estou me sentido muito bem, depois que parei de escrever na última página tive algumas dificuldades. Mas vou contar o que aconteceu antes.

Nós fechamos a cozinha, colocamos tudo o que achamos nas portas, como ainda havia gás no fogão, minha mãe aproveitou para fazer uma macarronada com sardinhas. A julgar pela quantidade de macarrão que tem no carro, acho que vamos comer muito disso. Até que eu gosto de macarrão, meu irmão mais novo não gosta, ainda mais com sardinhas, ele diz que os espinhos podem matar uma pessoa se furar o estomago. Eu não sei se acredito, mas ele está preocupado com espinhos hoje se amanhã podemos estar todos mortos, como ele mesmo diz.

No meio da noite escutamos barulhos lá fora, tentamos fazer silêncio, ouvimos um grito de mulher. Meu pai e Michel não aguentaram, abriram rapidamente a porta e foram ver. Era tarde pra eles, um casal, os dois já haviam arrombado nosso carro, porem os zumbis nômades os surpreenderam.
Como leva muito tempo para os zumbis nômades transformarem as vítimas, meus pais ficaram apreensivos, como iríamos pegar nosso carro de volta?

Meu irmão ficou vigiando por um tempo, para ver se realmente levava todo aquele tempo para a transformação, porem ele acabou esbarrando numa prateleira fazendo barulho! Os zumbis começaram a invadir o restaurante, corremos para as portas dos fundos e conseguimos escapar. Só depois que percebemos que o Pedro não estava com a gente. Michel tentou voltar, mas meu pai o segurou, minha mãe já entrou em desespero e começou a gritar o nome dele.

Meu pai segurou a todos nós pelas roupas nos empurrando sem dizer nada pela estrada. Essa é a regra, nunca voltar, não que eu concorde, por mim eu voltava para dar uma pela surra nos zumbis. Certo, talvez eu não possa dar uma surra nos zumbis, eu fiquei muito triste pelo Pedro, mesmo ele sendo tão chato, era meu irmão, meus olhos encheram de lágrima, mas segurei o choro.

Caminhamos por mais uns 10 minutos até que notamos a luz de um carro se aproximando, meu pai pediu pra ficarmos quietos.

– Eaê galera, vai uma caroninha?

Era Pedro! O filho da mãe só tem 15 anos, mas estava dirigindo muito bem. Minha mãe ficou em prantos e o beijou na boca eca! Depois da euforia ele contou que sentiu muito por deixar o carro e nossas coisas, comida, água tudo para trás, então aproveitou que os zumbis nos perseguiam para pegar o carro!
Ah, porque estou mal? Viajamos o resto da noite toda, até avistarmos uma fazenda, fomos dar uma examinada para ver se tínhamos notícias ou se estivesse abandonado, quem sabe mais suprimentos. Então eu fui até o celeiro, havia um cavalo preso ali, então fiquei com pena e o desamarrei, fiz carinho nele até que ele resolveu sair.

Quando voltei para carro minha mãe olhou pra mim com cara de espanto e chamou meu pai num grito. Ele correu para ver, ficaram me examinando, até que meu pai suspirou e arrancou o carrapato de meu pescoço. Eles acharam que era uma verruga, daquelas que nascem nos zumbis. Mas era só um bichinho que peguei do cavalo. Porem tive uma reação alergia, sim, sou muito alergia a muitas coisas, até de coisas desconhecidas.

Acabei de tomar o remédio, mas ele me dá muito sono e mal estar. Espero que hoje seja um dia tranquilo, não quero encontrar nenhum zumbi estando nesse estado.


Quase me esqueço, o barulho que ouvimos que me fez parar de escrever foi só um cachorrinho perdido, ele é apenas um bebê, ele está comigo agora, mas meu pai disse que não poderei levá-lo quando sairmos da fazenda, mas estou pensando num plano. Depois digo se deu certo.

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